quinta-feira, 16 de novembro de 2017

(Devaneios): Refém

Eugênio é  refém de um pensamento, refém de um medo. É desesperadamente prisioneiro disso tudo. Sofre de pânico do nada. Do nada para muita gente, mas, esse nada, é tudo para ele.

Sente-se encurralado a todo instante. Sente-se preso em seus desejos e sente-se preso pelos medos de sucumbir aos desejos. Na verdade, tem medo até de sentir tais desejos.

Mas esse medo não o impede de voltar a sentir desejos. Na verdade não o impede sequer de procurar por seus desejos. Impede, isto assim, de sucumbir a eles. E, talvez por isso mesmo, pelo medo de sucumbir, e por não sucumbir, que continue a desejar.

E apenas desejando, permanece refém.

(Devaneios): Bom ou ruim



E Eugênio pensou, "talvez seja bom, ou ruim, divagar sobre a ideia antiga de que há uma força, divina, bondosa ou maligna, que atua sobre mim".


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

(Devaneios): Cobradora


Passo meus melhores momentos a devanear. A todo instante fico a pensar sobre meus momentos.

Enxergo as coisas e fico a pensar no impacto que aquilo causou-me ou pode causar-me. No quão feliz eu sou por não ter aquilo ou quão infeliz por não dispô-la.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

(Devaneios): Na Vida


 
Hoje estive pensando na vida.

Não somente hoje, mas especialmente hoje, pensei na vida. 

Não na vida que vivo hoje, não na vida que tive até aqui, não na vida que julgo ainda ter, mas na vida.

Também não na vida, pensada metaforicamente, como se a vida pudesse significar mais do que significa de fato, mas, simplesmente na vida.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

(Pensamentos): Sobre a Revolução Socialista


Não acredito em bandeiras revolucionarias socialistas (e, porque não dizer, não acredito em nenhuma bandeira revolucionária, pelos mesmos motivos abaixo expostos).

Se quisesse justificar cientificamente a motivação dessa afirmação, haveria de construir um tratado imenso, na tentativa de desqualificar todas as ideias de Marx e Engels, e suas interpretações do funcionamento da história e da sociedade.

Para mim, as intepretações marxistas da história e da sociedade (diferente da forma dogmática que revolucionários socialistas as tratam), não passam disso, ou seja, são interpretações e, por isso mesmo, são subjetivas, são tentativas de descrever uma visão ou língua, influenciadas pela situação do momento que vivia o pensador, por suas experiências de vida, pelo perfil daqueles em que se baseou (ou seja, por quem os carregou nos ombros, parafraseando Newton), por seus próprios objetivos pessoais e pela forma como tratou dados quantitativos (geralmente, há pouquíssima crítica quantitativa feita pelos revolucionários, pois, caso se detivessem nisso, nunca seguiriam tal linha, quase impossível de justificar em termos quantitativos, mesmo que exclusivamente estatísticos) e qualitativos.